domingo, 28 de abril de 2013

Reunião do dia 30.04 - Cancelada

Pessoal, o Prof. Jailson me pediu pra avisar que nessa segunda não haverá aula de Moderna II e que a reunião do Grupo de Estudo tbm foi cancelada. Nós nos reuniremos somente próximo terça (passando essa, na outra). Continuaremos o mesmo texto da Patrícia O'Brien, sobre o Foucault.
No mais é isso, abraços!
Ps.: Avisem aos seus coleguinhas!

sábado, 27 de abril de 2013

Reunião do dia 30/04

Pessoal, nessa terça, dia 30/04, o professor Jailson estará ausente, participando de um evento em Recife. Por isso não teremos reunião do grupo de estudos nessa data, mas ele propôs que nosso encontro ocorra na quinta, dia 02/05, com a introdução da obra "A arqueologia do saber".

Todos podem?! Deixem nos comentários! (=
Até!





quarta-feira, 24 de abril de 2013

"A história cultural de Michel Foucault” - Patricia O’Brien

Segue mais um resumo dos nossos encontros - realizado no dia 23 de abril - confeccionado pelo professor Jailson.

Boa Leitura!

***


"Coleg@s, bom encontro o dessa tarde. Falar do Foucault é sempre um desafio pra nossa cabeça modorrenta. Espero que tenhamos crescido um pouco com os comentários acerca do texto da professora O’Brien.
A seguir, separamos alguns pontos que julgamos importantes para aquel@s que se ausentaram hoje.
Antes, porém, algo sobre a professora O’Brien:
Patricia O’Brien- dedica-se aos estudos sobre a civilização ocidental, focando seu olhar sobre temas como prisão e punição,  crime e teoria cultural. É especialista em História cultural francesa, atua junto à Universidade da Califórnia e mantém contatos com muitos outras instituições como Yale University e a École des Hautes Études en Sciences Sociales, in Paris.

O texto “A história cultural de Michel Foucault”, de Patricia O’Brien, foi publicado no começo dos anos 1990. Nele, a autora busca mapear a recepção que as obras de foucaultianas tiveram na “tribo dos historiadores”, a partir de 1961, quando Foucault lançou “História da Loucura”. No tenso mundo do pó-guerra, a percepção da História insinuada por Foucault se distanciava tanto do paradigma marxista quanto dos preceitos dos annales e, talvez por isso, estivesse tão sujeita às críticas e rejeições. Nos dois modelos interpretativos, pairava um receio de que a história da cultura pós-annales e pós-marxismo desembocasse num relativismo absoluto e inócuo, que poderia transformar a história no campo do irrelevante e descompromissado.
Para O’Brien, no entanto, mais do que tentar encaixar Foucault num modelo de interpretação da História, o importante é perceber: (1) a relação entre Foucault e os historiadores “profissionais” (nunca é demais lembrar que Foucault não era um historiador de profissão); (2) conquistas e fracassos do Foucault enquanto historiador; e (3) as influências de Foucault - e a perspectiva de continuidade dessa - sobre a escrita da História. Sobre esses aspectos, destacamos:

   1-    A recepção à obra foucaultiana tem sido “conflitante”. Mas, já a partir dos anos 1970, ainda que de forma relutante, ele começa a ser reconhecido pelos historiadores. Continuadores dos annales aproximam-se dele, destacando suas análises sobre temas e objetos inusuais como a loucura. Do mesmo modo, marxistas destacam sua crítica às instituições (a exemplo da prisão, da clínica...) como uma denúncia do controle social, tema clássico do marxismo. Reticente ou não, o fato é que Foucault foi sendo interlocutor, ainda que por vezes incômodo, que passou a ser ouvido por muitos historiadores.

   2-   Muitos outros, no entanto, rejeitam a obra foucaultiana condenando sua “... falta de método, o menosprezo pelos dados, a obscuridade filosófica, a linguagem singular, as simplificações excessivas e as abstrações, que para eles refletem a falta de validade histórica da obra de Foucault.” (p. 41). Essas críticas, embora possam ter alguma validade, parecem superficiais, pois não compreendem o radicalismo da proposta foucaultiana que visa problematizar as próprias estruturas de significação da História. Dito de outro modo, Foucault se interessa por questionar a validade das convenções. Isso implica questionar as próprias ordenações do conhecimento; destronar a naturalidade dos discursos (da ciência, inclusive). Foucault deseja “pensar o pensamento”. Por isso ele não vai de continuidade em continuidade, de evento em evento. Mas, ao contrário, ele vai em busca das descontinuidades, rompe as linearidades, vilipendia o sagrado totem da cronologia. Para O’Brien, “suas obras constituem uma surpreendente análise da civilização ocidental em termos de normalização e disciplina.” (p.44) Foucault deseja estudar as formas de subjetivação, ou seja, ele se interessa em saber como “os seres humanos são transformados em sujeito” (p.45). O poder, ponto fulcral na obra foucaultiana, se apresenta como um objeto que não pode ser reduzido à atuação do Estado ou das classes dominantes. O poder é uma tessitura de microrrelações. Não é apenas o aspecto repressor da sociedade. É também um elemento de criação, porque cria sujeitos, estratégias de subjetivação. Foucault sofre duras críticas, sobretudo dos marxistas, por explodir a noção de Estado. No entanto, a concepção foucaultiana não aceitava nada como um “dado dado”; um objeto fechado, pronto, acabado, inquestionável. Um ponto firme e natural, a partir do qual o edifício de interpretação podia ser erigido com segurança e firmeza. Muito pelo contrário, para Foucault as coisas existem numa rede de discursos que tornam os objetos visíveis e dizíveis: “O Estado, o corpo, a sociedade, o sexo, a alma e a economia não são objetos estáveis, são discursos: meu tema geral não é a sociedade, mas sim o discurso verdadeiro/falso: (...) o que me interessa não é simplesmente essa formação, mas os efeitos da realidade que são a ela atribuídos” (p.47-8). O método foucaultiano (“genealógico”) impunha a busca pelo começo e não pela origem. “As origens implicam causas, os começos implicam diferenças.” (p.49). Para o historiador, isso significa redefinir sua relação com o tempo, esquecendo a linearidade causal que apontava sempre para um passado inerte e distante que se autojustificava como causa primeira. Avançando seu método, problematizando constantemente a organização sistêmica dos objetos e a relação “as palavras e as coisas”, Foucault “abandonou estruturas por formas e funções e, ao fazê-lo, livrou-se das confortáveis amarras positivistas da escrita da história”. (p.57)

       3-  As críticas ao pensamento foucaultiano permanecem. Seu método, por vezes, mostra-se insuficiente para suas ambições. Mas esse aspecto é um dos pontos, paradoxalmente, que tem atraído estudiosos, na França e na Inglaterra particularmente, para a órbita gravitacional das ideias foucaultianas. Uma das contribuições claras da obra de Foucault aos novos estudos da História Cultural diz respeito à maneira como ele encarou o papel da linguagem/discurso como dispositivo de poder. Muitos temas (masturbação, loucura, linguagem, doentes...) ganharam destaque na historiografia influenciados pela escrita foucaultiana. Sua obra não desemboca num relativismo absoluto, como temiam uns e afirmam outros. Muito pelo contrário Foucault nos ajudou a pensar instrumentos para a reflexão crítica sobre nossa historicidade, sobre nós mesmos.


O’BRIEN, Patricia. A História Cultural de Michel Foucault- In: HUNT, Lyn Hunt (org.). A nova História Cultural. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

É isso, até terça, se Deus quiser"


Um pouco sobre:  Michel Foucault

                                                   (site http://www.michelfoucault.com.br/)

"Michel Foucault nasceu em 1926 em Poitiers, no sul da França, numa rica família de médicos. Aos 20 anos foi estudar psicologia e filosofia na École Normale Superieure, em Paris, período de uma passagem relâmpago pelo Partido Comunista. Obteve o diploma em psicopatologia em 1952, passando a lecionar na Universidade de Lille. Dois anos depois, publicou o primeiro livro, Doença Mental e Personalidade. Em 1961, defendeu na Universidade Sorbonne a tese que deu origem ao livro A História da Loucura. Entre 1963 e 1977, integrou o conselho editorial da revista Critique. Em meados dos anos 1960, sua obra começou a repercutir fora dos círculos acadêmicos. Lecionou entre 1968 e 1969 na Universidade de Vincennes e em seguida assumiu a cadeira de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France, alternando intensas pesquisas com longos períodos no exterior. A partir dos anos 1970, militou no Grupo de Informações sobre Prisões. Entre suas principais obras estão História da Sexualidade e Vigiar e Punir. Foucault morreu de aids, em 1984"




Acessem o Portal Michel Foucalt: http://portail-michel-foucault.org/?lang=fr e também o site http://www.michelfoucault.com.br/ - ambos disponibilizam uma série de arquivos, incluindo áudio e vídeo, sobre tudo que gravita sobre Foucault. 




terça-feira, 23 de abril de 2013

Calendário dos textos.

Pessoal,
como todos sabem o grupo se reúne todas as terças-feiras, as 14h, na sala da Revista Ameríndia. Então vou colocar aqui um calendário com os próximos textos a serem discutidos. Não esqueçamos que podem ocorrer contratempos, mas por enquanto tudo segue como o planejado.


Próximos textos para discussão:
No mais é isso, Abraços!

Por ordem, os textos devem ser os seguintes:

16. 04-  Relações de força, do Ginzburg (devemos terminar de ler a Introdução desse texto que trata das relações entre prova, história e retórica)

23.04 -  A Nova História Cultural, livro organizado pela Lynn Hunt, devemos ler o capítulo destinado a "a história cultural de Michel Foucault". Aqui a autora Patricia O'brien faz um apanhado da recepção que os trabalhos foucaultianos tiveram dentro e fora do grupo de historiadores (para além das fronteiras europeias). É ainda uma oportunidade pra saber um pouco acerca de conceitos e perspectivas usadas por Foucault.

07.05 - A Arqueologia do Saber (colocamos o livro completo), o que certamente demandará tempo e esforço. Mas julgo válido o empenho para entender as relações que o Foucault tece entre discursos, enunciados e outros dispositivos da linguagem e como ele mesmo questiona se o seu fazer não seria apenas mais um capítulo no livro da história das ideias. É possível que avancemos lentamente, ou mesmo que optemos por uma outra metodologia, como uma exposição, pra discutir essa obra.
 Vamos voltar ao "Nova História Cultural", livro organizado pela Lynn Hunt. Dessa feita, no entanto, vamos nos debruçar sobre o texto "Literatura, crítica e imaginação..." do Lloyd Krammer. O importante é entender um pouco do percurso epistemológico traçado por dois dos mais importantes expoentes dos debates acerca da relação história-linguagem. Dominick Lacapra e Hayden White questionam mundo dos primados clássicos da história, afirmando, por exemplo, que a história é, antes de mais, um gesto imaginativo. A escrita da história, tal qual a literária, não se separa da imaginação.

14.05- Fernado Catroga. "Os passos do homem como restolho do tempo". Vamos trabalhar seu primeiro capítulo, "recordação e esquecimento", no qual ele acrescenta novas ideias acerca de antigos debates, como esses que dizem respeito à memória e sua dimensão seletiva.

21.05-  Fontes históricas (diversos autores). Não penso em trabalhar esse livro todo, mas aqueles capítulos que sejam escolhidos por uma ou mais participante do grupo. Como o texto se propõe a apresentar a relação do historiador com diferentes fontes, acho justo que escolhamos os capítulos por afinidade com o tipo de fonte que desejamos conhecer.

25.05 -  Há ainda um interesse em conhecer o Koseleck.

Qualquer alteração publicamos aqui..
No mais é isso, Abraços!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

“Relações de Força” - Carlo Ginzburg

"Pensamos em criar um blog para dar mais visibilidade e suscitar discussões além dos nossos encontros semanais. Espero que possamos desenvolver nossas leituras e ajudarmos uns aos outros. Cada encontro terá um pequeno resumo postado aqui, um pequeno texto que nos mostre alguns pontos importantes que foram analisados nos nossos encontros"
(Carolina Abreu - Integrante do G.E.P.H.T.D)

Sendo assim, aqui vai um resumo feito pelo prof. Jailson sobre o encontro no qual foi discutido a introdução da obra de Carlo Ginzburg "Relações de Força".

Boa Leitura! 

*** 

Em primeiro lugar, buscamos destacar algumas razões que levam o autor a escrever o texto. Para nós, parece claro que as preocupações de Ginzburg, destacadamente nos seus trabalhos mais recentes, se direcionam para uma ponderação e um questionamento do papel dos documentos e dos discursos no fazer do historiador. Em textos como “O queijo e os vermes” e “Mitos, emblemas e sinais”, por exemplo, o autor italiano reflete sobre pressupostos teórico-metodológicos que informam o ofício do historiador.

Na estrutura da Introdução de “Relações de Força”, Ginzburg optou por organizar seus argumentos em pequenos pontos (treze ao todo), que se comunicam entre si e que refletem sobre a relação entre “História, retórica e prova” pensando como esses elementos foram interpretados em momentos e realidades distintas, com exemplos e citações que vão desde a Antiguidade até o século XX.

Desses 13 pontos, destacamos os seguintes aspectos:

Primeiro Ponto- O autor lembra que, hoje, a relação entre a História e a Retórica esvaziou a necessidade da prova. Isso ocorre porque a Retórica parece ter assumido uma autonomia, em si, como campo de construção de sentidos. Para Ginzburg, essa visão da retórica apartada da prova precisa ser problematizada. Para ele, no passado, a Retórica necessitava da prova; caso contrário ela se esvaziaria, tornando-se um discurso sofístico, enganador.

Segundo Ponto- Essa primazia da retórica sobre a prova (e por vezes sobre a História) ameaça arrastar a reflexão histórica para um relativismo absoluto, no qual a dimensão narrativa se sobressai. Para o autor, essa não é uma questão apenas de teoria e metodologia da História, pois ela diz respeito à maneira como nós nos colocamos diante da questão do outro. Se o relativismo absoluto é válido, estamos obrigado a aceitar, sem questionar, tudo que vem do outro? “aceitar a existência de costumes e valores diversos dos nossos parece a muitos ato obrigatório; aceitá-los sempre e de qualquer jeito parece a alguns (entre os quais eu me incluo) intolerável” (p. 14)

Terceiro Ponto- Tomando uma reflexão de Nietzsche acerca da “Guerra do Peloponeso”, de Tucídides, Ginzburg retoma um argumento ateniense para justificar a invasão contra os Mélios. Segundo tal argumento: é justo que o mais forte prevaleça sobre o mais fraco. (“O justo nas discussões entre os homens só prevalece quando o interesse de ambos os lados são compatíveis”).
Quarto Ponto-Quando isso não ocorre, quer dizer, quando não há consenso, os mais fracos são dominados pelos mais fortes. Nesse sentido, embaçam-se as distinções entre justiça e poder, graças às artimanhas da Retórica. A retórica, portanto, distorce a justiça.

Quinto Ponto- Avançando a reflexão sobre a relação entre retórica e poder, retórica e justiça, Ginzburg vai buscar em Platão e Sócrates (Górgias) uma forma de questionar a validade da retórica em si: “Da retórica, dissera Sócrates no final de Górgias (527 a.C), ‘se deve sempre fazer uso visando a justiça, assim como de qualquer outra atividade’.” (    p.23). Então Ginzburg se aproxima ainda mais de Nietzsche para pensar seu texto “acerca da verdade e da mentira”. Nietzsche, que deixara esse texto incompleto e o abre em tom fabuloso, expunha suas críticas ao conhecimento e a pretensa sensação de centralidade/superioridade da humanidade. A questão lançada no texto é: “o que é então a verdade?”

Sexto Ponto- Para Nietzsche, a verdade se apresenta como uma convenção. “um exército móbil de metáforas e metonímias (...) reforçadas poética e retoricamente. As verdades são ilusões das quais se esqueceu a natureza evasiva” (p. 24-25). Então Nietzsche põe a verdade em relação direta coma linguagem (retórica e poética), argumento e beleza. Estilo, enfim.

Sétimo Ponto- Ginzburg retoma trechos do texto nietzscheano, cruzando com dados da sua biografia, marcada pela ascendência religiosa. Essa ascendência levara Nietzsche a pensar que a história responderia as grandes questões religiosas e filosóficas. Desencantado com os limites do pensar histórico, a linguagem, sua estrutura de significação, ganha destaque no pensamento nietzscheano como forma de validar o mundo, embora haja sempre os limites da “tradução”.

Oitavo Ponto- Por isso a exegese, seja ela espiritual ou literal, não ultrapassa os limites da linguagem. É preciso conhecer os tropos da linguagem para compreender as suas anfibologias (duplicidade de sentidos)
Nono Ponto- A duplicidade não se separa da dubiedade. O exemplo de Paul de Man, um crítico literário famoso por suas ideias desconstrucionistas e que, depois de sua morte, teve desvelada sua produção antissemita e colaboracionista serve como ponto de inflexão para Ginzburg questionar, novamente, o relativismo absoluto. De Man tinha razões para tentar fugir da sua própria história. Desconstruir a história e também desconstruir sua condição de sujeito.
Décimo Ponto- O ceticismo de Nietzsche é limitado. “Nietzsche postula tacitamente a existência de um mundo único dominado por uma luta implacável pela sobrevivência” (p. 37).

Décimo Primeiro Ponto- Os limites do relativismo são cognitivos e político-morais. Cognitivo porque anula a si mesmo. Político-moral porque aponta para uma “equidade” que, no fundo, torna-se uma recusa à responsabilidade que temos de assumir uma postura crítica e política diante do mundo.

Décimo Segundo Ponto- A Retórica caiu em descrédito no século XVIII (Ilustração) e assim continuou até o final do século XX. Agora retomada, ela parece dispensar sua própria história, negando sua relação com a prova. Nesse sentido, corre-se o risco de simplificar o sentido e a função do conhecimento, restringindo-o ao “exercício brutal do poder”. (p. 43). É preciso trazer a retórica não como um dado em si, um discurso que diz a si mesmo e aos outros. É preciso transformá-la, novamente, em objeto e instrumento da história. Aproximá-la do “trabalho concreto dos historiadores” (p.14, começo do texto).

Décimo Terceiro Ponto- Isso coloca a questão dos documentos, novamente, em evidência no trabalho do historiador. Sem as fontes, esvaziam-se os objetos e instrumentos da história. Para encerrar, vaticina Ginzburg expondo sua convicção na nulidade do relativismo absoluto diante da vida, da política e do conhecimento histórico: “as fontes não são nem janelas escancaras, como acreditam os positivistas, nem muros que obstruem a visão, como pensam os céticos: no máximo poderíamos compará-las a espelhos deformantes. A análise da distorção específica de qualquer fonte implica já um elemento construtivo. Mas a construção (...) não é incompatível com a prova; a projeção do desejo, sem o qual não há pesquisa, não é incompatível com os desmentidos infligidos pelo princípio de realidade. O conhecimento (mesmo o conhecimento histórico) é possível”. (p. 44-45)


GINZBURG, Carlo. Relações de força: história, retórica, prova. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.